Ataque com míssil dos EUA a aeroporto de Bagdá mata general do Irã

Foto: Reprodução

BAGDÁ – Um ataque com míssil perto do aeroporto de Bagdá na madrugada desta quinta-feira matou o comandante das Forças Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, o brigadeiro-general Qassen Soleimani, assim como o número 2 das Forças de Mobilização Popular (FMP), o comandante Abu Mahdi al-Muhandis.

Um porta-voz das FMP, que são uma organização que agrupa as milícias apoiadas pelo Irã no Iraque, responsabilizou os Estados Unidos pelo ataque. As vítimas estavam em um comboio das FMP, que atualmente integram o Estado iraquiano.

O ataque deixou ao menos oito pessoas mortas, e acontece três dias após manifestantes pró-Irã tentarem invadir a embaixada americana na capital do Iraque, informaram os serviços de segurança.

“Três foguetes atingiram o Aeroporto Internacional de Bagdá próximo ao terminal de carga, e dois explodiram”, matando ao menos oito pessoas, revelaram os funcionários, que pediram para não ser identificados.

O Iraque tem sido palco, nas últimas semanas, de uma espiral de tensão que ameaça transformar o país em um campo de batalha entre forças apoiadas por Estados Unidos e Irã.

Soleimani, que lidera as Forças Quds desde a década de 1990, era uma das figuras de mais alto nível do regiime do Irã, e sua morte eleva diretamente a tensão com os EUA. Em 2017, ele foi eleito uma das 100 pessoas mais importantes do mundo pela revista Time, em função de seu poder dentro das Forças Armadas do Irã.

A influência do Irã no Iraque aumentou após a derrubada de Saddam Hussein, um sunita, na invasão americana de 2003, que levou ao poder representantes da maioria xiita iraquiana. A maioria da população iraniana também pertence a esse ramo do islamismo.

O ataque americano aumentam o risco de que o Iraque se torne uma arena de confrontação entre o Irã e os Estados Unidos, que mantêm 5 mil militares no Iraque. As tensões entre Washington e Teerã aumentaram no último ano, depois que o governo Trump se retirou do acordo nuclear assinado entre o Irã e as principais potências globais em 2015.

Com a reimposição das sanções econômicas americanas, a economia do Irã sofreu um prejuízo de US$ 200 bilhões em exportações e investimentos perdidos, segundo o presidente iraniano, Hassan Rouhani.

Washington, que acusa as Forças de Mobilização Popular de estar por trás do ataque à sua embaixada em Bagdá, na terça, havia atacado no domingo posições do grupo na zona de fronteira com a Síria,

No início deste mês, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, culpou as forças apoiadas pelo Irã por uma série de ataques a bases no Iraque e alertou Teerã de que qualquer ataque seu ou de seus “procuradores” contra os americanos ou aliados teria “uma resposta decisiva dos EUA”.

Até agora, o governo iraquiano vinha tentando se equilibrar entre os interesses opostos de seus dois principais aliados, mas o ataque americano ao Kataib Hezbollah provocou forte reação das ruas e das principais facções políticas.

ClickPB

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