Especialista dá dicas de como os mais de 60 mil paraibanos que perderam o emprego podem se preparar para o mercado

Foto: Reprodução

A pandemia da COVID-19 provocou a paralisação de diversas atividades econômicas e causou o desemprego de muita gente. Se há setores especialmente afetados pelas medidas para conter a disseminação do novo coronavírus, como turismo, aviação, hotelaria, outros podem se expandir na crise. E não apenas na indústria. O setor de tecnologia é um por exemplo, e é citado pelo gerente executivo da unidade de Educação Profissional e Tecnológica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Felipe Morgado como uma alternativa.

Cerca de 60,9 mil pessoas perderam o emprego na Paraíba, em 2020. De janeiro a maio deste ano, o Estado apresentou um saldo negativo de 18.654 entre admissões e desligamentos. A nível nacional, mais de 1,114 milhão de postos de trabalho foram perdidos. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado ontem pelo Ministério da Economia.

De janeiro a março deste ano, a Paraíba apresentou saldos negativos entre seus desligamentos e admissões. No entanto, a partir do mês de abril, essa variação aumentou consideravelmente. Enquanto em janeiro essa taxa foi de -2.606, passando para -2950 e -956 nos meses consecutivos, em abril o saldo de empregos chegou a -8737. O principal motivo da diminuição dos postos de trabalho se dá a crise econômica causada pela pandemia da covid-19, que chegou ao Estado no período do fim de março a início de abril.

Apenas no mês de maio, foram 7,9 mil postos de emprego perdidos, enquanto apenas 4.497 pessoas foram admitidas neste período. Em comparação com o mês anterior, ocorreu uma diminuição no número de demissões, já que em abril foram registrados 12.151 desligamentos. Entre os setores que mais tiveram demissões em maio estão serviços em geral (-1404), com ênfase para alojamento e alimentação (-470); comércio (-871); indústria em geral (-791) e construção (-621). O único setor com saldo positivo foi agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com a variação de 282.

Felipe Morgado, falou sobre como a pandemia tem mostrado o impacto da tecnologia na vida das pessoas. “Acreditamos que essas tecnologias digitais estão sendo incorporadas de uma maneira muito rápida e muito decisiva nas empresas industriais brasileiras e vão afetar todas as profissões. Os jovens, como nativos digitais, podem tirar proveito disso”, afirmou.

Com as mudanças sendo cada vez mais visíveis, Morgado afirmou que a juventude deverá investir em habilidades agora essenciais para o mercado de trabalho. “Existem algumas competências que ganham relevância para as empresas na hora da contratação, como pensamento crítico, resolução de problemas complexos, aprendizagem ativa, liderança, influência social, habilidades socioemocionais”, apontou.

Um alerta feito foi que, apesar de os jovens terem facilidade em lidar com a era digital e com a maioria dessas novas competências, as habilidades socioemocionais são um desafio a ser enfrentado. “O profissional deve ter inteligência emocional, resiliência, estabilidade emocional, que são um ponto de risco para a juventude. Porém, é algo que pode ser superado a partir do interesse e da busca do jovem por crescimento pessoal”, alertou o gerente do Senai.

Sobre as iniciativas realizadas pelo Senai durante a pandemia, Felipe Morgado divulgou os cursos voltados às tecnologias da indústria 4.0, que estão disponíveis na plataforma de serviços criada para a sociedade.

“O jovem pode entrar, fazer o cadastro e realizar uma análise de suas habilidades, conhecer as empresas e as novas profissões. A plataforma também oferece um serviço de ‘match profissional’, que usa inteligência artificial para unir os profissionais às empresas, de acordo com as suas competências socioemocionais e técnicas”, finalizou.

PBAgora

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