Ex-presidente do PV/PB critica prática do Congresso de transformar eleições de vereadores em ‘laboratórios de testes’

Foto: Reprodução

A primeira eleição depois da onda de 2018 vai ser marcada por algumas mudanças significativas. A principal delas é o fim das coligações na disputa proporcional – a votação para vereadores, no caso de 2020. As alianças na chamada majoritária, para cargos do Executivo, continuam permitidas. Com a alteração, cada partido precisará apresentar uma lista completa com candidatos a vereador, sem se coligar com outras legendas. Quem criticou essas mudanças foi o ex-deputado estadual Sargento Denis que, mesmo afastado do Partido Verde e no comando da Secretaria Municipal de Segurança na capital, disse que as mudanças sempre são testadas nos pleitos legislativos para vereadores, que na sua visão terminam sendo os ratos de laboratórios.

“É preciso acabar com essa história de transformar as eleições de vereadores em laboratórios”, disse Sargento Denis, que destaca que essa prática tem sido costume do Congresso. Denis integra o partido do prefeito da capital Luciano Cartaxo, mas lembra que no tocante aos preparativos do PV para as mudanças eleitorais quem coordena esse trabalho é Hildevânio de Souza Macêdo.

Mudanças – O cientista social e mestre em Sociologia Política da Exitus Comunicação e Pesquisa, Sergio Saturnino Januário, acredita que os vereadores se tornarão pequenos líderes, com votos pessoais, e que isso pode até mudar a relação entre os prefeitos e as câmaras municipais.

“O vereador não entra mais porque outro candidato fez votos a mais para se eleger. Isso vai dar um novo cenário nessa concorrência. A própria cooptação do prefeito em relação à Câmara vai ser alterar em virtude disso. “Eu tive voto, o voto é meu”. Ele vai poder barganhar em torno disso”, avalia.

Mas os principais reflexos, na avaliação dele, se dariam caso a nova norma seja mantida nas próximas eleições gerais, com mudanças no Congresso, em 2022. Se isso ocorrer, muitos partidos não devem conseguir eleger representantes, deixarão de receber recursos públicos por causa da cláusula de barreira e precisarão se refundar ou agrupar para não morrerem.

PBAgora

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