Legado da pandemia: o que muda em relação a consumo, finanças, trabalho, saúde e serviços

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Experiência — que ainda parece longe do fim — resultará em grandes mudanças na forma como pessoas vivem; reportagem do Extra busca mostrar cenários futuros

O que o mundo tem vivido em 2020, neta pandemia, é uma mistura de dor, medo, angústia e incerteza. A experiência — que ainda parece longe do fim — resultará em grandes mudanças na forma como pessoas, empresas e governos se relacionam, trabalham, consomem, lidam com finanças, cuidam da saúde e prestam serviços. A reportagem do Extra buscou apontar respostas sobre essas questões futuras.

O coronavírus fez milhões de pessoas se isolarem, trabalharem de casa, comprarem pela internet pela primeira vez, usarem serviços de delivery e adquirirem a casa própria à distância. Até as consultas médicas mudaram, com a telemedicina. Muitos brasileiros que nunca tiveram acesso a bancos passaram a ter contas digitais e a movimentar um aplicativo de celular — ainda que forçados pela situação, por precisarem do auxílio emergencial do governo.

A União, por sua vez, se deparou com a fragilidade de seus próprios bancos de dados e a necessidade urgente de aperfeiçoar sistemas. Se por um lado comemora a ajuda concedida a 65 milhões de cidadãos, por outro, precisa reconhecer milhares de fraudes e recusas de benefícios a quem precisa.

Outro ponto delicado foi a sobrevivência das empresas. Muitas ficaram pelo caminho e não suportaram a crise e a falta de crédito dos grandes bancos. Mas algumas também mergulharam de vez na transformação digital. Segundo o Sebrae, 30% das micro e pequenas empresas estavam passando por mudanças neste sentido antes da pandemia. Na crise, o índice subiu para 55%. Ao mesmo tempo, 40% dos consumidores passaram a comprar pela internet e dizem que vão manter o hábito.

“Mesmo com a flexibilização do isolamento, os negócios devem funcionar em modelo híbrido: um pouco físico, um pouco virtual. Vai fazer parte do cotidiano empresarial gerir os dois âmbitos”, aposta Raquel Abrantes, coordenadora de Mercado do Sebrae Rio.

Mas a digitalização vai além, segundo a especialista: “Ou seja, não só fazer o marketing digital, que aproxima a empresa do seu cliente final, mas também digitalizar processos e documentos”.

A mudança também impactou os processos de seleção. O Grupo BIG, que controla o WalMart, por exemplo, recrutou virtualmente mais de 500 profissionais e calcula que reduziu o tempo médio de contratações em 60%.

Compras pela internet: a descoberta de muitos brasileiros

Com medo do contágio pelo coronavírus, muitas pessoas reduziram as idas a locais públicos e passaram a fazer compras pela internet. Depois de mais de cem dias de isolamento, parece que este hábito veio para ficar. De acordo com um levantamento feito pelo Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, 45% dos brasileiros estão dispostos a aumentar ainda mais o volume de compras pela web. O número é maior ainda quando se trata de domicílios com crianças (54%). Leia mais

Higiene nos negócios é preocupação número 1

A flexibilização do isolamento é apoiada na exigência de cumprimento de diversas medidas, principalmente de higiene. Elas integram o “novo normal” dos negócios, detalhado em protocolos de atendimento elaborados pelo Sebrae para orientar empreendedores de 47 segmentos. O conteúdo pode ser baixado gratuitamente no site sebrae.com.br/retomada. Leia mais

Serviços do INSS ficam ainda mais digitais

O processo de digitalização do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que vinha acontecendo desde o fim de 2017, ganhou força este ano, pressionado pelas necessidades geradas com a pandemia. Com as agências fechadas, o órgão precisou adaptar suas plataformas digitais para serviços que, até então, somente eram feitos presencialmente, como a entrega de documentos e atestados médicos. Leia mais

A identificação de brasileiros ‘invisíveis’

Com a pandemia, diversos problemas nas bases de dados da União começaram a aparecer. Entre eles, o fato de que milhões de brasileiros com trabalhos informais estavam invisíveis para o Estado. Com a concessão do auxílio emergencial de R$ 600 à população mais vulnerável — ou de R$ 1.200, para as mães chefes de família — o governo percebeu que, com exceção daqueles que recebiam o Bolsa Família, não sabia quem eram essas pessoas. Leia mais

Milhões de pessoas passam a ter acesso a bancos

Até o ano passado,estimava-se que cerca de 45 milhões de brasileiros eram desbancarizados ou subancarizados, ou seja, não haviam movimentado nenhuma conta numa instituição financeira nos últimos seis meses, segundo um estudo do Instituto Locomotiva. Além disso, de acordo com dados do Banco Central (BC), também de 2019, 10% dos adultos do país não tinham contas bancárias. Essa realidade, porém, mudou drasticamente com a necessidade de pagamento de auxílios pela Caixa Econômica Federal, em consequência da pandemia. Leia mais

Imóveis: novo jeito de comprar e de alugar

Comprar ou alugar imóveis de forma 100% digital passou a ser uma realidade. Visitações virtuais, vídeos feitos com drones e plantas em 3D ajudam os compradores a escolherem os empreendimentos sem precisarem se deslocar. Além disso, a assinatura eletrônica permite finalizar a venda remotamente. Leia mais

Não é mais necessário estar presente para prestar serviços

pandemia do coronavírus trouxe consigo a necessidade do isolamento social para reduzir as chances de contaminação pela doença, provocando, ao mesmo tempo, ruptura em comportamentos e mudança de hábitos. Por isso, diversos prestadores de serviço viram sua renda mensal ser reduzida consideravelmente e, para solucionar o problema, inovaram digitalizando os negócios: fotógrafos passaram a fazer ensaios virtuais; professores de yoga, a oferecer aulas por videoconferência; planos odontológicos instauraram desde contratação digital até consultas online; e as escolas já se preparam para um retorno em que as cantinas serão totalmente digitalizadas. Leia mais

Teletrabalho é incorporado ao dia a dia

Uma pesquisa da consultoria Mercer Brasil, feita durante a pandemia, revelou que 78% das empresas ofereceram home office, trabalho remoto ou jornada flexível a seus funcionários. O distanciamento físico trouxe vantagens e desafios para empregadores e empregados. E deve virar rotina para muitos trabalhadores. Leia mais

Telemedicina vence batalha

Pela primeira vez, a telemedicina — consulta médica à distância — foi utilizada no país durante a pandemia. A proposta inicial é que a modalidade seja usada enquanto vigorar o estado de emergência em saúde pública. No entanto, espera-se que muitos aprendizados e conquistas nesta área tenham vindo para ficar. Leia mais

Paraíba Já

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