Produções paraibanas estreiam nos cinemas da PB nesta quinta

Noite Amarela e A Princesa de Elymia protagonizam o momento

Oportunidade raríssima para os paraibanos: duas produções cinematográficas produzidas no estado, por realizadores locais, em cartaz nos cinemas de João Pessoa e Campina Grande, a partir desta quinta-feira (10). A Noite Amarela e A Princesa de Elymia protagonizam o momento. 

A Princesa de Elymia é uma realização do diretor Silvio Toledo, sendo o primeiro longa-metragem de animação paraibano da história e o primeiro longa nordestino do gênero utilizando animação em 3D.

O enredo se centra em Zoé, uma garota que tem sua vida transformada ao encontrar um portal que a leva a um mundo mágico, chamado Elymia. Nessa realidade fantástica, ela descobre ser a irmã desaparecida da rainha e é a única que preservou poderes mágicos para enfrentar um grande desequilíbrio no reino, provocado pela sede de poder de Tempestança.  

Ela terá que aprender a usar sua magia a tempo para enfrentar bruxaria, monstros e dragões, mas Zoé também é considerada uma ameaça ao Reino e todos temem por sua presença lá.

Já A Noite Amarela é a estreia solo em longas de Ramon Porto Mota (que dirigiu episódios de O Nó do Diabo). Filmado em Cabedelo, Campina Grande e Conde, trata-se de um thriller psicológico, sobre sete adolescentes que comemoram o fim do ano escolar em uma viagem para uma ilha no litoral nordestino, mas estranhos acontecimentos interrompem a festa.

Essas estreias que acontecem agora, mostrando a variedade do cinema paraibano, são rescaldo de uma política pública que não existe mais. A Ancine acabou, morreu sem alarde algum” Ramon Porto Mota, diretor.

Jovens desentrelaçados

A Noite Amarela é um filme, sobretudo, sensorial. Embora haja uma estrutura narrativa delimitada, o desfecho em aberto faz com que o público complete as lacunas e também pare para pensar sobre certos assuntos. “É um filme que não quer passar uma mensagem clara, é uma metáfora sobre como é viver nesses tempos em que nada mais faz sentido”, pontuou o diretor, durante uma coletiva após exibição do filme em sessão para jornalistas, realizada na segunda-feira no Cine Banguê.

A seguir, algumas reflexões sobre o filme podem contar spoilers, então é recomendado que quem não quiser revelações sobre a trama retorne a esse texto após assistir ao filme. Embora aberto a múltiplas interpretações, uma das leituras possíveis para o roteiro, escrito por Mota e Jhésus Tribuzi, é uma alegoria visual muito competente sobre a transição entre a adolescência e à chegada da vida adulta. 

Claro, há elementos metafísicos que promovem o “desaparecimento” e a desconexão entre os adolescentes, mas, se considerarmos aquilo como uma alegoria, é possível entender como uma representação do processo pelo qual passamos ao sairmos da escola e começamos a andar com nossas próprias pernas. Deixamos amigos e histórias para trás, que se transformam em borrões distorcidos, como as fotos e vídeos repletos de glitch no filme, mas que ainda permanecem como vestígios.

O diretor comenta sobre essa leitura. “Eu gosto muito de um gênero chamado coming of age. São aqueles anos ‘impressionáveis’, em que as pessoas ainda estão se formando. Queria fazer um filme sobre como é ser um indivíduo diante das outras pessoas. Esse é um dos jogos do filme”, afirmou.

Outra estreia

‘PROJETO GEMINI’

Will Smith em dose dupla. Um assassino de elite, alvo de um agente misterioso que aparentemente pode prever todos os seus movimentos, descobre que foi clonado e agora é perseguido por sua versão mais jovem e rápida. Através da tecnologia de captura de movimentos e CGI, o resultado final impressiona. Estreia em João Pessoa, Campina Grande, Patos e Guarabira.

PortalCorreio/ André Luiz Maia, do Jornal CORREIO

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *