Secretaria de Estado da Educação contesta resultados do Ideb

A Secretaria de Estado da Educação contestou  os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb),divulgados na manhã desta segunda- feira (03). Segundo o secretário Aléssio Trindade, os dados “não refletem de forma fidedigna a realidade da Educação Básica da Paraíba, sobretudo no desenvolvimento do Ensino Médio”.

 

Eis a íntegra da nota:

 

Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados na manhã dessa segunda- feira (03), não refletem de forma fidedigna a realidade da Educação Básica da Paraíba, sobretudo no desenvolvimento do EnsinoMédio.

Consideramos que o desenvolvimento do Ensino Médio se dá a partir da realização da ação estruturante de ampliação, reforma, revitalização de infraestrutura, na formação de professores, intercâmbio internacional de estudantes e professores, laboratórios de matemática e ciências, oferta de cursos técnicos, incentivo à prática de esportes e de artes, além do fomento à educação integral com projetos flexíveis articulados à escolha dos alunos e seu projeto de vida.

A Paraíba tem, desde 2011, feito tudo isso, em sua maioria com recursos próprios. Possui sistema próprio de avaliação (IDEPB), articulado com um processo de ações e melhorias das escolas, como os prêmios Mestres da Educação e Escola de Valor. Para nós a avaliação não é algo estanque, mas sim, um elemento dentro do processo de planejamento, que contribui para traçar estratégias que direcionem para o que consideramos ser o desenvolvimento do Ensino Médio.

Os resultados educacionais da Rede de Ensino Médio da Paraíba estão escancarados na motivação dos estudantes e professores e nos resultados obtidos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Entre 2011 e 2017 a Paraíba elevouem 577,8 % a aprovação em cursos superiores, um número que foi de 284 aprovações em 2011 para 1.925 em 2017 emcursos como Direito, Medicina, Administração, Enfermagem e Letras, sendo 70 aprovações em 1º lugar. Em 2018, as inscrições no ENEM foram acima da média, com 91% dos alunos da 3ª série inscritos, colocando a Paraíba com média 35% de inscritos, enquanto a média do Nordeste 33%.

Apesar da importância que o Ideb tem para acompanhamento e definição de políticas públicas eficientes para a educaçãono país, a mudança de avaliação por amostragem para uma avaliação censitária precisa considerar todo o universodefinido na população de referência para poder gerar informações reais, capazes de promover as intervençõesnecessárias.

O mesmo ocorre com relação à divulgação de um resultado que desconsidera os dados referentes aos Cursos Técnicos Integrados, uma vez que para nós esta tem sido a estratégia principal de melhoria para o Ensino Médio da Rede Estadual, elevando em 296% as matrículas, de 1.767 em 2010 para 7.007 em 2017, 5.240 matrículas a mais na educação profissional no Estado.

Além de não considerar o desempenho integral dos alunos do Ensino Médio, por excluir os resultados dos estudantes dos cursos técnicos/profissionais, o Ideb avalia apenas o desempenho em língua portuguesa e matemática. Diferente do ENEM, que considera todas as disciplinas do Ensino Médio e é processo seletivo para ingresso no Ensino Superior.

Neste sentido, estamos em desacordo com a abordagem dos resultados publicados, uma vez que eles não refletem a revolução que a educação da Paraíba iniciou com a expansão do Ensino Médio Integral.

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