Florence Nightingale e a enfermagem na sociedade


A mulher que, no início do século XIX, defendia distanciamento social e o hábito de lavar as mãos

Por Isabelle Monteiro

Uma mulher britânica que revolucionou o seu tempo, Florence Nightingale, também conhecida como a “Dama da Lâmpada”, é lembrada até hoje por enfermeiros de todo o mundo, por sua dedicação à profissão e pioneirismo em muitos aspectos. Além de defender hábitos de higiene que ainda são válidos e adotados pela sociedade, como lavar as mãos com frequência, foi Nightingale quem escreveu o juramento que até hoje é feito pelos graduandos de Enfermagem ao final do curso.

Neste período de pandemia, o distanciamento social – também defendido e adotado por Nightingale – e o hábito de lavar as mãos frequentemente estão sendo ainda mais necessários para prevenir a Covid-19. O professor do curso de Enfermagem da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Campina Grande, Arthur Rodrigues, destaca que Nightingale foi uma das precursoras no reconhecimento da profissão na idade contemporânea e na defesa dessas estratégias, ainda no início do século XIX.

“Florence Nightingale era de uma época em que as mulheres eram destinadas ao casamento e afazeres domésticos. Mas ela foi além, bem avançada para o seu tempo, superando tudo o que era preconizado para a sua vida. Sempre diferenciada, ela gostava de matemática. Segundo a história, ela recebeu uma orientação divina de que deveria servir aos mais necessitados e foi quando decidiu estudar sobre os cuidados da saúde”, explicou o professor.

Historicamente, a enfermagem sempre foi uma das frentes da saúde na sociedade. São os enfermeiros que prestam os primeiros-socorros, fazem anamneses e dezenas de outras tarefas, antes de encaminhar o paciente ao médico em um hospital. Em períodos de grande incidência de doenças na sociedade, como a pandemia causada pela Covid-19, os enfermeiros são os profissionais que estão na linha de frente, promovendo saúde e bem-estar aos infectados. E foram ainda mais importantes em guerras, quando houveram muitas descobertas na área da saúde.

“Em 1854, Nightingale foi para a guerra da Crimeia. A taxa de mortalidade era alta e os ambientes não eram preparados para acolher os feridos. As avaliações dela serviram para que a taxa de mortalidade dos soldados caísse 2,2%, utilizando todos os seus conhecimentos matemáticos e seus estudos. Ela começou a avaliar o ambiente e formulou a primeira de nossas grandes teorias, que é a da ambientação, destacando a importância dos cuidados de higiene e de ventilação que utilizamos até hoje em todas as ciências médicas”, detalhou Arthur Rodrigues.

Diante do cenário atual pandêmico, o professor Arthur Rodrigues, que é formado na área há 8 anos e leciona no curso superior de Enfermagem da UNINASSAU Campina Grande, ressaltou que a área está sempre passando por grandes mudanças. “Antes de tudo, os profissionais precisam ter discernimento e procurar estar sempre atualizados com as ferramentas de saúde. Os protocolos se modificam, os insumos, as tecnologias se transformam a todo o tempo. Ter um diploma não pode ser o fim da formação profissional de quem trabalha com saúde. É sempre necessário estar em atualização”, finalizou.

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