Motociclista é linchado após atropelar e matar criança

Um motociclista de 18 anos foi linchado por pelo menos cinco pessoas em Natal após atropelar e matar uma criança de um ano e três meses na noite da sexta-feira, por volta das 19h50. Segundo o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública, Matheus Miranda do Nascimento estava empinando a moto na Rua dos Caicós, sentido Avenida Bernardo Vieira, no bairro Dix-Sept Rosado, quando perdeu o controle do veículo e atingiu a criança que estava nos braços da mãe na calçada. Cauã Henrique da Silva caiu e veio a óbito no local.

Matheus Miranda do Nascimento ainda tentou fugir no sentido Travessa São Roque, mas foi alcançado, espancado e atingido com golpes de faca. Esse é o segundo caso de linchamento apenas nessa semana. O primeiro aconteceu no bairro da Ribeira após uma tentativa de assalto na quinta-feira. De acordo com o CIOSP, não há informações se Matheus Miranda estava pilotando sob efeito de álcool.

Empinar moto é proibido pelo Código Brasileiro de Trânsito, de acordo com o artigo 244, configurando-se infração gravíssima. A penalidade prevista é multa e suspensão do direito de dirigir, com recolhimento do documento de habilitação. Levantar a roda dianteira da moto era uma paixão para Matheus. Tanto que a imagem que escolheu como o destaque do seu Facebook era a de uma exibição deste tipo de habilidade.

Logo depois do episódio trágico no bairro Dix-Sept Rosado, a página de Matheus no Facebook foi invadida por comentários até nas suas postagens mais antigas. A maioria era condenando a sua atitude, classificando como “bem feito” o linchamento. Já outras pessoas apelaram para o bom senso, alertando que o justiçamento também é crime e que o que ocorreu na noite de sexta-feira foi uma fatalidade.

Matheus tinha noção dos riscos que podiam advir de uma manobra mal executada. Em uma postagem no dia 17 de abril uma foto mostrava, em círculos, as pessoas que poderiam ser atingidas se a moto fugisse do controle do piloto. Uma amiga chegou a pedir que ele não empinasse mais a moto na rua, “porque amanhã pode ser tarde”.

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