‘Pune mais pobres’ x ‘país precisa’: deputados paraibanos divergem sobre reforma da Previdência

Foto: Reprodução

O deputado federal, Gervásio Maia (PSB), comentou a decisão do partido em fechar questão em votar contra a reforma da Previdência, que acontece nesta terça-feira (09).

Em entrevista ao Sistema Arapuan de Comunicação, o deputado afirmou que os 32 deputados da legenda foram orientados a votar contra a proposta e acrescentou que o projeto retira direitos e coloca o encargo da economia todo “nas costas de quem menos ganha”.

Gervásio acrescentou que a reforma representa retrocessos e que a Seguridade Social, que vem desde 1988, quando o congresso colocou na constituição, traz mais igualdade e justiça social. “Não posso votar favoravelmente à proposta que vai trazer desigualdade social, fome e miséria para o país”, disse.

O parlamentar também contrariou as declarações do deputado Efraim Filho (DEM), afirmando que o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), também foi um dos nomes a defender o voto contrário à reforma.

Quórum

De acordo Gervásio, até ontem (08) o quórum estava apertado, mas com o fechamento de questão do PSB já tem deputado mudando de voto. Ele explicou que alguns parlamentares poderiam votar favoráveis se o partido os “deixasse à vontade”, mas como fechamento de questão eles estão anunciando que vão votar contrariamente.

Se essa previdência passar é muito ruim para o futuro do país, principalmente na região do semiárido onde a economia dos municípios é maior por conta dos aposentados. “O que entra na conta dos aposentados representa mais do que o que entra no município de Fundo de Participação dos Municípios (FPM)”, disse.

Soluções

Para Gervásio a saída para o Brasil seria desfazer a “canetada” que Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deu em 1995 isentando os mais ricos de pagarem o Imposto de Renda. “O Brasil está mantendo costumes postos em prática quando do descobrimento. Ricos exploravam os pobres. Há quanto tempo temos leis trabalhistas e só recentemente enquadraram as domésticas? O Brasil carrega essa característica de exploração. O país tem que ser mais justo. Tributar lucros e dividendos daria um reforço de caixa de mais de R$ 1 trilhão, revogar a canetada de FHC e tratar todos com igualdade. Os ricos têm que pagar imposto porque uns carregam o fardo e outros usufruem disso”, afirmou.

Para Gervásio, outro problema que existe na seguridade hoje é a gestão. O parlamentar apontou que gestão é atrapalhada e que perdeu com a Reforma Trabalhista. “Com desemprego aumentando e os empregos informais, a seguridade deixa de arrecadar”, afirmou.

Além disso, ele apontou o excesso de isenções fiscais e de calotes que são perdoados pela União. “É preciso respeitar a gestão da seguridade, cobrar e acabar com essa história de que os ricos fiquem mais ricos. O Brasil é rico, temos riquezas minerais, água, petróleo, energia solar e eólico. Não haverá Brasil rumo ao progresso sem justiça social”, apontou.

Soluções

O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), nesta terça-feira (09), avaliou a possibilidade da reforma da Previdência ser aprovada na Câmara Federal. O tucano afirmou que a votação da proposta deve receber a quantidade necessária de parlamentares para que haja quórum e que é necessária para a economia do país.

“Eu acredito que há uma consciência de país de que a reforma é necessária, é muito importante que seja aprovada para que consiga um novo ambiente econômico que permita crescimento do país, com novo ambiente de amparo social. A geração de emprego é um ganho social. Teremos uma longa e extensa semana de debate e a torcida é que haja um novo rumo para o Brasil”, declarou em entrevista ao Sistema Arapuan.

Paraiba.com.br

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